quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Irracional

 
Mão de vaca, caiu que nem um pato na conversa de um sangue de barata.
Serviu de bode expiatório e deu com os burros n’água.

Fez boca de siri. Passou por dias de cão, comendo feito passarinho e bebendo a água que ele não bebe.


Mas como bom espírito de porco,  quis dar o pulo do gato. Deu zebra.
O sangue de barata também tinha um gênio do cão.

Tirou o cavalo da chuva e, desde então, anda bêbado como um gambá.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Páginas


As primeiras páginas já tinham sido usadas por alguém. Um alguém que já não mais o usava.

E um caderno abandonado, deixado para trás, é um caderno sem dono. Pegou-o.
Ficou com dó de arrancar as folhas usadas. Coisa mais sem cabimento. Dó de algo que nem mesmo quem o teve um dia teve. Arrancou. Tudo. De uma vez.
A nova primeira página deixou em branco, num misticismo inconsciente.
Escolheu entre as canetas aquela que seria a fiel companheira do caderno.
Apresentou um ao outro com uma frase no início da, então, segunda página.
Uma página por dia.
Uma página por dia.
Uma página por dia escrevia, como um mantra.
Bastava para clarear as ideias.
Depois, guardava caderno e caneta na gaveta escura.