Poesias de Mariana Teixeira
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Posto
a madeira
velha
e ressecada
pelo sol
descascava
e decorava
o chão
com confetes
de lascas
e fazia dela
a boa
e velha cadeira
que usava
para sentar
e ver
a vi
d
a
passar
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Circuito
as bolinhas
no corpo do lápis
foram arrancadas
uma a uma
por unhas tensas
de esmalte lascado
nas bordas
sobre a mesa
os pontos redondos
espalhados
formaram imagens
quando o grafite
passou por eles
um a um
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Apego
pilhas e pilhas
de um monte de coisas
dividem lugar
com montes e montes
de outras coisas
tantas coisas
pra separar
pra arrumar
pra guardar
pra manter o hábito
de nada usar
de nunca emprestar
de nada descartar
doar, nem pensar
dói
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Dormitório
carros amontoados
no único terreno
que sobrou
naquela avenida
dez reais a primeira hora
trinta a diária
mensalidade não tinha mais
o período noturno,
o mais procurado
para guardar em segurança
o ego
dois ponto zero
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Interrupção
o peito
cheio de ar
esvazia
enche
esvazia
em sincronia
e sem cansar
só quando
penso nisso
dessincroniza
e o peito
fica cheio
dessa mania
da mente
de querer
tudo observar
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