tempestade
assusta
e faz até pensar
que o céu
é sempre preto
mas nem a noite
ele é preto:
há o brilho
das estrelas
quando caem
as máscaras
sobram
sobre o chão
restos
de mim
e de você
só nos resta
esquecer
a garrafa
de licor
em cima
do armário
acumulava pó
em volta do pescoço
os dedos
desabituados
a destorcer
tampas
desistiram
e deixaram
a sede
na mão
o copo vazio
deixado na pia
ali ficou
acumulando pó