pago conta
pago o pato
apago
me apego
desapego
pago o preço
que for
para ser
liberdade
na calçada
que subo
desce a mulher
seu filho
e suas sacolas
de plástico
quanto mais
eu subo
mais
ela desce
nos cruzamos
em algum trecho
dos caminhos
não sei
o dela
ela não sabe
o meu
nos olhos
da mulher
vi
pequenos suicídios
diários
o que será
que ela viu
nos meus
debaixo
da cama
um entulho
de sonhos
só podem
ter caído
entre sonos
e insônias
só olhei
não tirei
não varri
não mexo
no que não é meu