bato de frente
olho no olho
confronto
sem medo
não meço
palavras
ataco
reajo
no espelho
faço minha guerra
e fico
em paz
nunca guardo
poemas
na gaveta
na gaveta
guardo
a lixa de unha
os remédios
o colírio
o halls preto
o isqueiro
os incensos
na gaveta
guardo até
os cartões de visita
que nem sei
onde peguei
mas nunca
nunca guardo
poemas
na gaveta
não guardo
perecíveis
poesia
é instante