coloco você
entre cascas
e talos
e papeis molhados
sufoco tudo
no plástico
e descarto
no lixo
lembranças suas
insistem
em retornar
contorno
você
com a ponta
dos dedos
faço
uma moldura
do seu corpo
penduro você
na imaginação
entre discos
e taças
e fotos
guardo
alguns destroços
dou nomes
a eles
tiro pó
passo pano
cuido
tão bem
que nem pareço
quem
um dia esteve
sob escombros