Na beira do caos,
sem eira nem beira
Ia a triste senhora
cruzando a barreira.
Iam todos também,
sem fé nem piedade
Engarrafados em mágoa,
rancor e vaidade.
Parados em fila,
mortos já estavam.
Pediam arrego
Ao Deus que nunca acreditaram.
À beira dos maus,
murmurando asneiras
E assim terminando
mais uma quinta-feira.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Ciclo
Mais uma vez, ligo a televisão. É tarde e o cansaço toma conta do corpo que, com muito esforço, caminha pelo corredor em direção à cozinha. Na geladeira, somente umas latas de cerveja. No armário, a solitária garrafa de vinho. “Só uma latinha”, penso.
O sofá duro e fedorento me aguarda de braços abertos. Nele repouso as costas magras e fixo o olho na tela, num olhar que vê, mas não vê. A hipnose é necessária e a palavra, falha. Duas, três, quatro latas. O álcool começa a amolecer as pernas. “Será que falta muito para adormecer o cérebro?”. O vinho, que era para depois, entorno agora. Dois, três, quatro copos. A droga acaba rápido e prolonga o acabar da vida.
Acordo com as costas moídas pelo sofá duro e fedorento. A visão dói, a cabeça lateja. O banho não lava a alma e, imundo, parto para a condução rumo a Praça da Sé.
Dez horas depois, estou em casa e, mais uma vez, ligo a televisão.
O sofá duro e fedorento me aguarda de braços abertos. Nele repouso as costas magras e fixo o olho na tela, num olhar que vê, mas não vê. A hipnose é necessária e a palavra, falha. Duas, três, quatro latas. O álcool começa a amolecer as pernas. “Será que falta muito para adormecer o cérebro?”. O vinho, que era para depois, entorno agora. Dois, três, quatro copos. A droga acaba rápido e prolonga o acabar da vida.
Acordo com as costas moídas pelo sofá duro e fedorento. A visão dói, a cabeça lateja. O banho não lava a alma e, imundo, parto para a condução rumo a Praça da Sé.
Dez horas depois, estou em casa e, mais uma vez, ligo a televisão.
Assinar:
Postagens (Atom)