segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bilhete

Dentro do envelope branco estava o bilhete.
Chegou ofegante, com a pressa de quem queria chegar antes. E chegou. Cheguei e ele já estava sobre a mesa, dentro do envelope cuidadosamente feito com as mãos, como dobradura. Desdobrei. Abri. Li. Senti o papel ainda quente, como que recém saído das mãos de quem ali o deixou.
Já conhecia aquela grafia miúda e um pouco tímida. Não era bela, mas tinha sua graça. E lembrava a letra de alguém que não mais me escrevia. Conhecia também o teor da mensagem. Era igual aos bilhetes que por anos recebi desse alguém que não mais me escrevia.

2 comentários:

  1. (Putz! Tinha surgido uma ideia, uma inspiração, depois que li isso daqui... Mas ela se perdeu.) :(

    (De qualquer forma...) Adorei esse teu escrito! :)

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  2. É interessante o senso de urgência que fica desse microconto e, claro, o mistério por não sabermos o que é que esse missivista tão bissexto deixou escrito.

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