quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Processo


Cheirava feijão cozido. Acordei num pulo e olhei as horas no celular que deixava no chão, ao lado da cama. Ao lado dele, a inseparável garrafa d’água. Era cedo. Oito e três. Alguém na vizinhança não almoçaria comida fresca hoje.
Fui ao banheiro ainda meio zonza. Enquanto lavava as mãos, olhava o espelho e via minha figura levemente descabelada. Um bom penteado para o sono.
Voltei para o quarto e, antes de deitar, engoli um pouco de água. Chequei as horas novamente. Oito e sete. Do edredom fiz um casulo e, de dentro dele, só sairia quando não me reconhecesse mais no espelho.

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