As primeiras páginas já tinham sido usadas por alguém. Um alguém que já não mais o usava.
E um caderno abandonado, deixado para trás,
é um caderno sem dono. Pegou-o.
Ficou com dó de arrancar as folhas usadas. Coisa mais sem cabimento. Dó de algo que nem mesmo quem o teve um
dia teve. Arrancou. Tudo. De uma vez.
A nova primeira página deixou em branco,
num misticismo inconsciente.
Escolheu entre as canetas aquela que seria
a fiel companheira do caderno.
Apresentou um ao outro com uma frase no
início da, então, segunda página.
Uma página por dia.
Uma página por dia.
Uma página por dia escrevia, como um
mantra.
Bastava para clarear as ideias.
Depois, guardava caderno e caneta na gaveta
escura.
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